Investigação
M. Gabriela T. C. Ribeiro, Adélio A. S. C. Machado, Limitações das métricas de massa da Química Verde, XXII Encontro Nacional da SPQ, Braga, Julho, 2011, livro de resumos, 327.
2011-07-07
Autores:
M. Gabriela T. C. Ribeiro
Adélio A. S. C. Machado *
Instituições:
REQUIMTE, Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
*Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Resumo:
As métricas são essenciais na química verde para a avaliação da verdura das reacções e de processos de síntese, seja no laboratório ou na indústria [1]. A produtividade atómica – incorporação dos átomos dos reagents no produto, não os desperdiçando em resíduos – é postulada pelos dois primeiros dos doze princípios da química verde [2] e coberta por uma variedade de métricas, as chamadas metricas de massa. Trabalho em curso que envolveu uma análise global destas métricas [3-5] evidenciou que os seus valores dependiam da estequiometria das reacções de síntese e das condições de realização destas – o que pode limitar o alcance da sua utilidade para comparar a verdura das sínteses, um facto aparentemente ignorado na literatura. Esta situação é aqui ilustrada com as sínteses laboratoriais do tris(acetilacetonato)ferro(III) e do oxalato de ferro(II) diidratado, que foram repetidas em diversas condições, com registo rigoroso das massas dos reagentes, produtos, solventes, etc. (como aconselhado por Winterton [6]), para investigar a influência das condições da reacção (rendimento, excesso de um reagente estequiométrico, etc.) nos valores da métrica Eficiência de Massa Relativa (RME). Por via teórica, a RME foi expressa como uma função bidimensional do rendimento (y) e do excesso do ligando (x), segundo RME = k1 y/(k2 + k3 x), com os kj calculados a partir dos coeficentes estequiométricos e massas molares. Nas Figs. apresentam-se os gráficos das superficies geradas por estas funções e os valores experimentais coligidos nas experiências, que mostram bom acordo. A forma das superfícies é semelhante, mas com diferente inclinação, devido a diferenças nos coeficientes estequiométricos (reacções 1:3 e 1:1, respectivamente) e nas massas molares dos compostos envolvidos nas duas reacções – facto que evidencia não ser lícita a comparação directa de métricas para reacções diferentes. Agradecimentos: Às estagiárias Olga Martins e Salomé Fernandes, apoio no trabalho laboratorial.
Referências
[1] A. Lapkin and D. Constable (eds.), Green Chemistry Metrics – Measuring and Monitoring Sustainable Processes, Wiley, 2009.
[2] P. T. Anastas and J. C. Warner, Green Chemistry – Theory and Practice, Oxford UP, 1998, p. 30.
[3] M. G. T. C. Ribeiro, D. A. Costa and A. A. S. C. Machado, Green Chem. Lett. and Rev. 3 (2010) 149-159.
[4] M. G. T. C. Ribeiro, D. A. Costa and A. A. S. C. Machado, Química Nova 33 (2010) 759-764.
[5] M. G. T. C. Ribeiro and A. A. S. C. Machado, J. Chem. Ed. (2011) DOI: 10.1021/ed100174f.
[6] N. Winterton, Green Chem. 3 (2001) G73-G75.
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