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Rita C. C. Duarte, M. Gabriela T. C. Ribeiro, Adélio A. S. C. Machado, Escala e Química Verde: macro ou microescala, qual é a mais verde? XX Encontro Luso-Galego de Química, Porto, 2014, livro de resumos, 74.
2014-11-27
Autores:
Rita C. C. Duarte
M. Gabriela T. C. Ribeiro
Adélio A. S. C. Machado*
Instituições:
LAQV/REQUIMTE, Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
*Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Resumo:
O uso da microescala em laboratórios de ensino da Química tem sido proposto e implementado com sucesso [1,2], com base em a microescala reduzir o custo dos reagentes e aumentar a segurança das experiências, por as quantidades de reagentes usados e os tempos de reação serem menores; e, por consequência, a exposição a substâncias perigosas ser minimizada, bem como a quantidade de resíduos e o seu impacto no ambiente. No entanto, estes aumentos de verdura não são evidenciados nem pelas métricas de massa da Química Verde (QV) normalizadas para o produto [3], nem pela métrica holística Estrela Verde, que não capta a escala [3-5]. Esta situação resulta de a QV ter por base o paradigma ecológico, que prescreve a eliminação proativa dos perigos, enquanto a microescala atua por diminuição da exposição, no âmbito do paradigma do risco[1,2,6]:
Risco = f (exposição, perigos)
Em consequência do silêncio das métricas de QV, a variação da escala faz emergir a necessidade de conceber métricas específicas para a avaliação de verdura mediante aferição do risco, que terão de envolver a exposição. Assim, apresenta-se o design de uma métrica para avaliar as vantagens da microescala, em experiências laboratoriais no contexto educacional, que usa as massas de reagentes (mi em gramas), o tempo de exposição (t em horas) e os perigos para a saúde, ambiente e físicos associados aos mesmos, para calcular um índice de risco dependente da escala (Scale Risk Index – SRI),
SRI = t (∑pSi.mi + ∑pAi.mi + ∑pFi.mi)
onde pSi, pAi e pFi são as pontuações dos perigos para a saúde, ambiente e físicos das substâncias envolvidas, definidas de acordo com critérios estabelecidos a priori.
A métrica foi testada em várias sínteses, tanto orgânicas como inorgânicas, de que serão discutidos exemplos, apresentando sempre valores menores a microescala que a macroescala (métrica inversa de verdura). Em suma, o SRI revela-se eficaz para distinguir os impactos da micro e da macroescala, uma vez que captura a variação da exposição às substâncias com a escala, além dos seus perigos.
Agradecimentos: Trabalho de M.G.T.R. e R.C.C.D. apoiado pela FCT, bolsa Pest-C/EQB/LA0006/2011.
REFERÊNCIAS
[1] Singh, M.M.; Szafran, Z.; Pike, R.M. J. Chem. Educ. 1999, 76, 1684-1686.
[2] Szafran, Z.; Singh, M.M.; Pike, R.M. Educ. Quím. 2000, 1, 172-173.
[3] Ribeiro, M.G.T.C.; Costa, D.A.; Machado, A.A.S.C. Quím. Nova 2010, 33, 759-764.
[4] Ribeiro, M.G.T.C.; Costa, D.A.; Machado, A.A.S.C. Green Chem. Lett. Rev. 2010, 3, 149-159.
[5] Ribeiro, M.G.T.C.; Yunes, S.F.; Machado, A.A.S.C. J. Chem. Educ., 2014, ID ed-2013-00421b.R1.
[6] Ribeiro, M.G.T.C.; Machado, A.A.S.C. J. Chem. Educ. 2011, 88, 947-953.
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