Investigação > Teses
Explicações de química - percepções dos alunos
2006-03-15
Autores:
Andreia de Sousa Guimarães
Orientadores:
Maria Gabriela T. C. Ribeiro
Aquiles A. Barros
Instituições:
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Resumo:
Esta tese desenvolveu-se no âmbito do Mestrado em Química para o Ensino da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Este estudo tinha por objectivos identificar em que fase do seu percurso os alunos recorrem a explicações, as razões que os leva a recorrer a explicações, como percepcionam a utilidade e as metodologias das explicações e das aulas, as implicações das explicações no comportamento nas aulas e no interesse pela disciplina de Química e que sugestões apresentam para melhorar a qualidade das aulas.
O estudo envolveu dezoito alunos do décimo segundo ano de Química que frequentavam explicações de Química em centros de estudos e explicações. Os alunos foram entrevistados individualmente.
As principais conclusões do estudo indicam que muitos dos alunos iniciaram as explicações no Ensino Básico, têm por objectivo melhorar a nota e que consideram que com as explicações ficam mais bem preparados para os testes e para os exames. Consideram também que nas explicações esclarecem dúvidas, adquirem método de estudo, são mais apoiados e que esse apoio é mais individualizado. Os alunos referem também que as matérias são melhor compreendidas nas explicações porque o ritmo é mais lento, o ensino é mais individualizado, há menos alunos e menos barulho, estão mais atentos e podem fazer perguntas sentindo-se mais à vontade. Na opinião dos alunos o explicador dá-lhes mais atenção do que o professor. O professor preocupa-se muito com o cumprimento do programa e o ritmo da aula é muito acelerado. Os alunos referem ainda que o professor os intimida por vezes e que não se sentem à vontade para lhe colocar dúvidas.
Na opinião dos alunos as explicações não afectam o seu comportamento na sala de aula e faz aumentar o seu interesse pela disciplina. Os alunos sugerem, para que a qualidade das aulas seja melhorada, que o professor abrande o ritmo da aula, dê mais aulas práticas, mais testes de avaliação, escreva apontamentos, que explique bem os exercícios e que seja o aluno a resolvê-los e não o professor. Os alunos consideram ainda que o professor deve dar-lhes mais apoio e interagir mais com eles. Os alunos referem ainda que as turmas tenham menos alunos, que o programa seja menos extenso e que os professores que leccionam o décimo segundo ano sejam mais experientes.
Concluiu-se que as explicações não influenciam negativamente as aulas de Química e que talvez se fôr devidamente explorado este apoio extra-escolar poderá contribuir para uma melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem da Química.