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Dominique A. Costa, M. Gabriela T. C. Ribeiro, Adélio A. S. C. Machado, Uma análise SWOT do contexto CTS2 das actividades laboratoriais do ensino secundário, XXII Encontro Nacional da SPQ, Braga, Julho, 2011, livro de resumos, 345.
2011-07-05
Autores:
Dominique A. Costa
M. Gabriela T. C. Ribeiro
Adélio A. S. C. Machado *
Instituições:
REQUIMTE, Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
*Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Resumo:
Os actuais programas para o ensino da Física e da Química no ensino Secundário referem, na sua apresentação, a opção pela “educação CTS” – “Ciência-Tecnologia-Sociedade”. O movimento CTS prescreve que o ensino da ciência e tecnologia atenda ao contexto cultural, social, económico e político em que as actividades de ciência e tecnologia são desenvolvidas e proporcione formação que permita compreender o impacto da ciência e tecnologia na vida real [1]. Na situação actual, a Tecnologia tem de contribuir para o Desenvolvimento Sustentável, pelo que a postura CTS deve incluir uma provisão neste sentido, sendo a sigla modernizada para CTSS ou CTS2 – “Ciência, Tecnologia, Sociedade e Sustentabilidade”. Em face desta situação decidiu-se investigar se as actividades laboratoriais dos referidos programas se integram nesta postura. Para isso, construiu-se uma ferramenta SWOT para analisar se um conjunto de objectivos estabelecidos para definir a postura CTS2 era cumprido. A análise SWOT, criada na Harvard Business School nos anos sessenta, embora tenha sido originalmente utilizada na avaliação empresarial, é aplicada actualmente nas mais diversas áreas, tendo recentemente chegado à química [2]. O termo SWOT resulta das iniciais S (Strenghts – pontos fortes), W (Weaknenesses – pontos fracos), O (Opportunities – oportunidades) e T (Threats – ameaças). Os pontos fortes indicam os aspectos positivos, e os fracos os negativos, relativamente aos objectivos a atingir e o seu conjunto corresponde à análise interna. As oportunidades podem tornar mais forte o objecto em análise e as ameaças pôr em causa o seu sucesso; o seu conjunto corresponde à análise externa. Para se realizar o SWOT começa-se por definir as dimensões destas duas análises. Os resultados da análise SWOT mostraram que as experiências programadas não suportam o ensino CTS2. Por exemplo, o gráfico na Fig. 1 permite concluir que 70% das actividades laboratoriais do 10º e 11º anos apresentam 40% ou mais de pontos fracos. Por outro lado, uma fracção apreciável dos pontos fortes não eram satisfeitos por mais de 80% das experiências. Em suma, a adopção da postura CTS2, que presentemente se impõe, exigirá profundas alterações dos programas actuais.
Referências
[1] G. Aikenhead, What is STS science teaching?, in J. Solomon e G. Aikenhead (eds), STS Education – International Perspectives on Reform, TCP, 1994, 47-59.
[2] M. Deetlefs, K. R. Seddon, Green Chemistry, 12 (2010) 17-30.
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